Certamente você também já ouviu alguém dizendo essa frase. Pois bem, o debate político-partidário binário em que o Brasil se envolveu nos últimos 20 anos tem produzido efeitos perversos sobre a nossa sociedade e é preciso ser repensado. O primeiro efeito foi o distanciamento dos cidadãos das esferas representativas e da construção de políticas públicas. A palavra política foi associada ao longo desse período, exageradamente ou até maldosamente, com termos como corrupção, crimes, privilégios, desvios de dinheiro e muitos outros. Seria ingenuidade negar a existência triste desses fatos em nossa história. O segundo efeito foi a polarização. Os ocupantes de cargos eletivos, popularmente conhecidos como políticos, em especial de cargos no Executivo, adotaram esse expediente. Desde o presidente FHC, o que se viu foi um tensionamento progressivo com a oposição e com os que pensam de forma diferente. Ano após ano e a cada eleição, mais emoção e raiva e menos razão e harmonia. O subproduto desses efeitos foi a evolução de um debate público cada vez mais raso, dogmático e, principalmente, raivoso, sendo resumido e extremamente polarizado entre a “direita” da moda e a “esquerda” démodé no imaginário popular.
Fonte: Coroataonlinema.com
Fato é que hoje não há o mínimo interesse em se falar sobre política pela maioria da população. Ainda assim, quando se trata do tema, a abordagem é feita como forma de atacar e estigmatizar o outro. O interesse em se colocar uma etiqueta no destinatário parece mais prazeroso e importante do que a busca de soluções para os problemas reais existentes e que, há muito tempo, deixaram de ser seriamente discutidos no Brasil. O resultado de tudo isso foi o aprofundamento de uma crise econômica, social e política, em especial após 2015. De lá para cá vivemos nossos piores índices macroeconômicos e continuamos em conflito permanente. O caos tem tomado conta inclusive das instituições. Apresentado o diagnóstico, vamos ao tratamento. Nenhum país na história superou as suas crises sem um debate amplo, transparente e, acima de tudo, respeitoso. A construção da pacificação social e solução das crises que estamos enfrentando passam necessariamente pela política. Ouvi uma vez do senhor Antônio Augusto de Queiroz, diretor do Diap, que “a política é a única forma pacífica para se resolver os problemas coletivos”. Desconheço se a autoria é dele também, mas concordo integralmente com o seu conteúdo e, no momento, como não é segredo para ninguém, estamos cheios de problemas coletivos para resolver. Fortalecer a democracia e, em maior instância, a própria política é dever dos líderes e dos liderados. Um problema extra para nós brasileiros, já que os nossos líderes também abraçaram o oba-oba desse espiral sem fim. Diante de tudo isso as nossas únicas opções enquanto cidadãos são “viver juntos como irmão ou continuarmos juntos como idiotas”, exatamente como disse Martin Luther King Jr.
Metapolítica
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